Nesta quinta-feira (13), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Coreaú realizou, na Câmara Municipal de Morrinhos, a II Oficina Mulheres e Água, um encontro marcado por partilha, fortalecimento e inspiração, que celebrou a força feminina e o papel das mulheres na gestão das águas e na construção de comunidades mais sustentáveis.

A atividade atendeu à uma demanda aprovada recentemente em plenária, com a criação da Câmara Técnica Água e Gênero do CBH Coreaú, após o impacto positivo da primeira edição.

O evento reuniu lideranças comunitárias e representações institucionais para debater autocuidado, representatividade feminina e participação das mulheres nos espaços de decisão. A programação foi construída para integrar momentos de reflexão, afeto e vivências comunitárias, reafirmando o compromisso do Comitê da Bacia do Coreaú com a inclusão e valorização das mulheres na governança das águas.

A mesa de abertura contou com a vice-prefeita de Morrinhos, Jessica Moura, da representante da diretoria do CBH Coreaú, Izabela Lima, da representante da Secretaria de Recursos Hídricos, Marcia Caldas e da liderança da Associação Comunitária das Mulheres de Curralinho, Paulene Rocha.

A primeira apresentação foi conduzida pela enfermeira Ana Edith Rocha, do PSF de São Luís Morrinhos, com a palestra Nascentes do Amor Próprio: o poder do autocuidado na jornada feminina. Foi exposto o que é o câncer de mama, o mais comum e letal entre as mulheres brasileiras, destacando que, quando descoberto precocemente, pode alcançar até 95% de chance de cura.

Foram apresentados os fatores de risco não modificáveis (idade avançada, histórico familiar, menstruação precoce ou menopausa tardia e alta densidade mamária) e os modificáveis (sedentarismo, sobrepeso, consumo excessivo de álcool e uso prolongado de terapia hormonal). Ana Edith reforçou a importância do autoexame, do conhecimento do próprio corpo e da adoção de hábitos saudáveis, lembrando que 30% dos casos podem ser evitados.

Na sequência, Márcia Caldas, da Secretaria dos Recursos Hídricos, compartilhou sua experiência pessoal com o câncer, destacando que o conhecimento sobre a doença e a força emocional foram essenciais no processo de superação e remissão.

A programação da manhã também incluiu a roda de conversa Empoderamento feminino e representação em espaços coletivos, conduzida por Olívia Vasconcelos, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Camocim.

O momento trouxe mística, conexão e um debate profundo sobre os desafios e o protagonismo feminino em diferentes contextos comunitários.

À tarde, a oficina se deslocou para a sede da Associação Comunitária das Mulheres de Curralinho, onde as participantes conheceram o espaço de produção artesanal mantido pelas mulheres da comunidade.

Foram apresentados os trabalhos manuais feitos com palha de carnaúba, como chapéus e bolsas, resultado de uma produção inteiramente autoral que fortalece o protagonismo feminino desde a extração da matéria-prima até a comercialização. A associação também destacou as diversas funções que o espaço desempenha para o fortalecimento comunitário.

A II Oficina Mulheres e Água reforçou a importância da participação ativa das mulheres na gestão dos recursos hídricos, valorizando saberes, experiências e lideranças que transformam o território e fortalecem a governança das águas.

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